Sobre os adiamentos das turnês de Kiss e Metallica

(Por Fábio F. Nunes, criador e responsável pela Friends Session)

Iniciando com um pedido de desculpas pelo total abandono de notícias por aqui e postagens em redes sociais da Friends Session desde os decretos de distanciamento social em março, apenas para deixar registrado (já que muitos que chamaram pelo chat do site já foram respondidos, por exemplo, e muitos outros sequer se preocuparam por conhecer nossos mais de 14 anos de história ao lado dos fãs)…

Todos os Bus Session permanecem confirmados, automaticamente, já que todos os shows respectivos foram adiados, da mesma forma que em 2013 o Bon Jovi adiou o show e absolutamente ninguém precisou se preocupar, por exemplo.

Conforme dissemos em relação ao show do Metallica na nossa última publicação, “Anunciaremos aqui no site e por mail a todos os clientes assim que que houver algo que necessite ou permita decisão individual.” Até o momento nada além da mudança de datas foi publicado tanto para Metallica quanto para Kiss.

Paralelamente a isso (e quem me acompanha nas minhas redes pessoais já percebeu) há dois meses acompanho e estudo diariamente notícias e dados referentes à pandemia, com várias publicações nesse sentido, tudo com o objetivo também de antecipar eventuais alterações da mesma forma que por muito tempo fiz com shows e outras questões econômicas que impactam direta ou indiretamente o mercado de eventos.

Por conta de sua natureza jurídica, a Medida Provisória 948 de 08 de abril tem validade até dia 07 de junho, e caso não seja aprovada pelo Congresso até esse prazo ela perderá validade (são quase 300 emendas já protocoladas). Nesse interim, por conta dela, todos os eventos (e pacotes de viagens) que sofreram adiamento por conta da pandemia estão desobrigados de reembolso ou poderão fazê-lo em até 12 meses, e nessa cadeia de vínculos isso protegeu tanto os ingressos que já adquirimos quanto os contratos de fretamentos que já adiantamos lá em março para garantir os ônibus, deixando-nos de mãos atadas por mais que discordemos da medida e defendamos a soberania do consumidor nisso tudo, mesmo entendendo o lado das produtoras e o impacto ainda mais catastrófico da alta do dólar caso certos cenários e aspectos legais aconteçam.

Fora isso, tem desde a possibilidade não descartada de “lockdown” severo em São Paulo e no Rio de Janeiro até outras implicações mais graves que a recente medida americana de suspensão de entrada nos Estados Unidos para viajantes que passaram nos 14 dias anteriores pelo Brasil podem acarretar nas turnês internacionais, e por isso sigo acompanhando, assim mesmo, em gerúndio, sem novidade alguma.

E é por isso que não atualizamos as páginas de vendas com as novas datas, por exemplo, pois tudo é possível, inclusive novos adiamentos ou cancelamentos definitivos, e não quis correr o risco de perder o “amparo legal” que qualquer alegação de “novo pacote à venda” pudesse comprometer, por mais que a manutenção normal das vendas possa vir a permitir nosso objetivo de facilitar aos clientes qualquer escolha, por qualquer motivo, necessidade ou vontade pessoal. E quando falo em comprometer não me refiro ao Bus Session, e sim a todos os que o preferem ou dele dependem para realizar seus sonhos. Afinal, numa excursão, todo cliente é também uma espécie de “sócio”, que se beneficia de todos os demais.

Os próximos dias serão decisivos nesse sentido para que tenhamos “algo que necessite ou permita decisão individual“, e avisaremos por mail todos os clientes já contratados. Obviamente, todos os prazos de pagamento para “15 dias antes do show” ficam automaticamente adiados para os mesmos “15 dias antes do show”.

Quero inclusive já deixar marcado para o dia 15 de junho às 19h00 uma live no YouTube http://youtube.com/fabiofriendssession onde eu prestarei todos os esclarecimentos e procedimentos que certamente estarão mais definidos depois do prazo da MP e respectivos posicionamentos das produtoras.

Desde já agradecemos a confiança de sempre, e assim que tudo isso passar, nem que a gente tenha que levar metade dos passageiros em cada Bus Session ou organizar para que todo mundo vá de carro em comboio…

A gente se encontra na estrada.

Sobre o adiamento da turnê do Metallica

Por muito pouco não fizemos uma manifestação ontem, justamente porque decidimos aguardar maiores informações, apenas respondemos algumas perguntas para quem solicitou pelo chat. Hoje a Zero Hora noticiou o texto abaixo, mas ainda sem informações oficiais da produtora, especialmente sobre definições de novas datas e procedimentos.

Da mesma forma que monitoramos nas últimas semanas, monitoraremos nos próximos dias e manteremos todos os nossos clientes e interessados atualizados conforme divulgarem mais notícias e procedimentos.

Anunciaremos aqui no site e por mail a todos os clientes assim que que houver algo que necessite ou permita decisão individual.

Desde já agradecemos a confiança de sempre, e assim que tudo isso passar…

A gente se encontra na estrada.

Show do Metallica em Porto Alegre é adiado e deve ser realizado na Fiergs

Na Capital, apresentação da banda estava marcada para o dia 21 de abril, na Arena do Grêmio

Os shows do Metallica no Brasil, previstos para o mês de abril, foram adiados pela pandemia de coronavírus . De acordo com a Live Nation, produtora responsável pela turnê, ainda não há uma data confirmada de quando irão ocorrer as apresentações. A banda passaria por Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte.

Em Porto Alegre, o show da banda estava marcado para o dia 21 de abril, na Arena do Grêmio. Antes mesmo do coronavírus provocar a suspensão e o cancelamento de diversos shows, a passagem do Metallica pela capital gaúcha já estava comprometida por conta da localização: a apresentação coincidiria com a partida do Tricolor contra a Universidad Católica, pela fase de grupos da Libertadores — competição que está paralisada pela pandemia


Tudo indica que agora, com o adiamento, a apresentação seja realizada na Fiergs. O superintendente do Sistema Fiergs, Carlos Zuanazzi, confirmou para GaúchaZH que a produtora da turnê fez contato com a federação na última sexta-feira (13) para verificar se há uma data disponível para dezembro.
— Eles sondaram a gente, se o dia 13 de dezembro, um domingo, estaria liberado. Nós respondemos eles na terça (17), dizendo que estamos com espaço disponível e que, da nossa parte, está confirmado. Mas ainda não assinamos nada, estamos ainda na conversa — disse Zuanazzi. 
O superintendente também afirma que, agora, está em andamento uma negociação contratual entre as partes para bater o martelo em relação ao novo local do show do Metallica em Porto Alegre. 
 — Eles estão avaliando, as assessorias jurídicas agora estão trabalhando, mas acho que haverá um fechamento de que, sim, o show será feito na Fiergs — avaliou. 

Não compre ingresso inteiro para Bon Jovi em Curitiba

(Por Fábio Nunes, responsável e criador da Friends Session)

Este post é para você que paga o dobro para entrar com ingresso inteira em eventos da Tickets for Fun ou Live Nation em Curitiba (e em outras cidades também, mas é que Curitiba continua invicta nesse aspecto) ou, pior, acaba deixando de ir no show que seria a realização do seu sonho porque você não se enquadra nas previsões da meia-entrada e tampouco tem condições de pagar o valor extorsivo de uma inteira. Sim, eu sou fã também, e tudo o que leva a isso me deixa muito puto (perdoem o meu francês).

E quero dizer que estou correndo alguns riscos aqui, especialmente de interpretação, e certamente de represália, só que quase 13 anos ao lado dos fãs em campanhas como o “Cambista do Bem” me obrigam a fazer isso agora.

Se a política das produtoras de não disponibilizar ingressos meia-entrada para shows em Curitiba para o atendimento a grupos me motivam a isso? Claro que sim, por mais que eles fizeram o mesmo em 2017 ou na última turnê dos Rolling Stones e Coldplay, por exemplo, e por mais que antes da união da PlanMusic (que trouxe todos os shows do Paul McCartney) com a T4F fosse sempre assim. Mas essa foi só a motivação. 

Eu sempre fui contra o que chamo de “Lei da Entrada Dobrada”, já me posicionei quanto a isso várias vezes (algumas delas em defesa dos produtores, até porque estive na pele deles). Qualquer pessoa que saiba calcular uma média ponderada e conheça a “flexibilidade ética” da nossa cultura de “comprovações alternativas” para merecer benefícios sabe que, mesmo com a lei mais recente permitindo cota de até 40% com desconto para estudantes, por conta de outros direitos (em Curitiba, por exemplo, soma-se doadores de sangue a idosos e professores que também tem direito ao benefício sem limite de cota), o que deveria ser o valor “real” de cada ingresso é divulgado enquanto meia-entrada, e aí os menos de 10% demais pagam o dobro (estatísticas históricas de Curitiba), recheiam os bolsos das produtoras, e constatam que sem qualquer fiscalização no acesso ao evento “todo mundo pagou meia”. E, mais uma vez, muito fã que faz a coisa certa sofre em casa assistindo vídeos toscos em stories de redes sociais (pois é… eu não sou nem um pouco fã de quem vai num show para assisti-lo em 5 polegadas de tela e atrapalhar a visão de todo mundo, mas isso é outro debate…). E sim, o Bus Session acaba vendendo menos vagas por causa disso, obviamente, também.

Diferentemente de outras produtoras que adotam a cota limite, a T4F e a Live Nation nunca fizeram isso em Curitiba. Elas sabem que as vendas simplesmente param quando esgota a cota, então ela lançam o valor dos ingressos mais altos para, na pior das hipóteses, fazer “Promoção 2×1” caso as vendas esfriem (e isso aconteceu em Black Sabbath, Roger Waters e Foo Fighters, em quase todos os setores). É uma espécie de lógica invertida de 1º lote, em que paga menos quem compra depois.

Se eu acredito que vai ter Promo 2×1 depois para Bon Jovi em Curitiba? Até acredito que sim, mas não quero que vocês se decidam por isso. O que eu posso dar quase certeza absoluta é que não haverá qualquer fiscalização de comprovação de meia-entrada no acesso ao show, porque isso nunca aconteceu em eventos da T4F e Live Nation em Curitiba, inclusive depois da nova lei de meia-entrada, inclusive no Paul McCartney (onde eu fiz esse mesmo post e todo mundo que leu e entendeu economizou). 

Por que eu sei disso? Porque muitas vezes a própria bilheteria deixava de fazer complementação de valor de ingresso (especialmente em shows esgotados) informando que não haveria fiscalização (e eu ficava com cara de tacho e passava por “picareta” com o meu cliente).

– “Ah, Fábio… Mas e se esse teu post fizer a Live Nation fiscalizar nesse show e eu comprar meia-entrada eu não vou conseguir entrar…”

Quem disse que não consegue entrar? Se esse post repercutir a esse ponto (o que não aconteceu mesmo com mais de 1.000 visualizações no Paul McCartney), além do óbvio orgulho, claro, seria uma dupla vitória:

  • terão que contratar mais colaboradores, gerando renda para muita gente que precisa;
  • os verdadeiros “picaretas” que falsificam suas comprovações (sim, esses vão me odiar) serão apenas obrigados a ir até a bilheteria e complementar o valor do ingresso;

E a lei garante que qualquer um que tiver um ingresso, inteiro ou meia, vai conseguir entrar. Simples assim.

Eu até acredito que, da mesma forma FDP que fizeram no Rolling Stones, eles podem limitar 1 meia por CPF e obrigar as compras online de meia-entrada a preencher um cadastro gigante que retarde a venda de meia-entrada enquanto a venda de inteiras acontece com muito mais velocidade, recheando o caixa enquanto os pobres estudantes sofrem para usufruir do seu (pseudo) direito. Stones deu até “big data” sobre isso.

Agora, quer saber o que eu aposto que vai acontecer?

Por conta de ser tão difícil operacionalizar e diante dos preços divulgados, qualquer um vai poder comprar meia-entrada no site, seja “Estudante” ou “Idoso e Demais Beneficiários”; qualquer um vai conseguir entrar no show sem ter que apresentar qualquer comprovação de benefício porque simplesmente não vai ter fiscalização (e aqui deixo claro que não estou incitando de forma alguma que vocês viabilizem “comprovações alternativas”, eu estou simplesmente recomendando que todo mundo compre no site ingresso meia-entrada, estudante, idoso… e acesse o evento somente com ele, porque a produtora não se importa com isso).

– “Ah, Fábio… mas e se tiver fiscalização o que vai acontecer?”

Mais uma vez, duvido muito que aconteça, pois nunca aconteceu. Mas se acontecer essa “pior das hipóteses”, é simples: basta ir até a bilheteria e complementar o ingresso, a lei prevê isso. E com uma grande vantagem: sobre essa diferença não vai ter taxa de conveniência, e aí é como se você tivesse 10% de desconto sobre o valor do site. Por exemplo, numa Premium Meia você vai pagar R$552 (R$460 + 20%) no site, e se precisar complementar na bilheteria vai ter só que pagar os demais R$460, economizando R$92 nessa brincadeira, gastando o total de R$ 1.012 em vez dos R$1.104 que gastaria comprando a inteira de cara no site. Mas, insisto, provavelmente você vai deixar de gastar R$552, vai deixar de pagar o dobro e vai entrar no show da sua vida pagando o que realmente ele vale na planilha de planejamento da produtora.

Em suma, você não tem nada a perder, só a ganhar.

Enfim… eu só não quero que você seja o “trouxa”. Porque eu não vou ser trouxa e incentivar uma política de atendimento a grupos que não nos permita sequer comprar uma cota de 40% em ingressos meia. Eu ajudo produtoras que pensam no fã, e mais uma vez a Live Nation deixou claro que não se preocupa com isso. Sei que vai ter agência de viagens oferecendo pacotes com ingresso até mesmo com ágio de uns 15%, mas o Bus Session não aceita jogar esse jogo.

– “E vai ter Bus Session?”

Sim, mas da mesma forma que para Paul McCartney em março, pelo menos agora somente ofereceremos transporte.

Espero que você consiga comprar a sua meia-entrada e pagar o valor justo para o seu sonho, e aí dia 27 de outubro…

A gente se encontra na estrada.

PS: Recentemente somamos R$1.680 referente a complementação de ingressos de clientes para os shows de Bon Jovi (2017), John Mayer, Ed Sheeran, Roger Waters e outros que teríamos pago na bilheteria para complementar meia-entrada (mas que no dia do show a própria bilheteria não fez o complemento porque não teve fiscalização alguma), e transformamos numa doação para o Projeto Resgate. Foi a solução que o amigo Makila Crowley sugeriu para não beneficiarmos somente alguns clientes para os quais tínhamos ingresso meia-entrada adquiridos quando da sua compra.