Atualizações sobre U2 no Brasil

(Por Fábio F. Nunes, criador e responsável pela Friends Session)

Não vou negar que essa “vida de marisco na luta do rochedo contra o mar” tentando facilitar ao máximo a viabilização dos sonhos de fãs apaixonados no universo do “Business Show” toma bastante tempo, e em se tratando de U2, da mesma forma que foi em 2011, tudo isso vai ao extremo. E sou capaz de apostar que vai ter gente dizendo que estamos “à caça de clicks”…

Insisto que não tenho qualquer intenção ou pretensão jornalística (e prometo atualizar com qualquer notícia nova, real, que venha a acontecer), então sequer responderei se haverá ou não shows do U2 no Brasil (porque isso é óbvio que vai), muito menos sobre datas e locais (porque isso pode mudar até o último minuto antes do anúncio oficial).

O Bus Session começou com uma viagem a São Paulo virando noite na fila do Pão de Açúcar para comprar 72 ingressos da Elevation Tour em 2006; tudo o que eu trouxe de informação antecipada em 2011 (por falta de política de atendimento a grupos) foi para que pelo menos aqueles que contam com os nossos avisos pudessem ter mais chances de garantir seu lugar; ou seja, preparar os fãs para “o pior”. E desculpa se eu vou ter que falar mais de negócios do que música aqui, mas é que “trees” fazem parte da “selva”…

Tudo bem que o Bono faz seus ativismos e discursos todos, mas por conta de seus empresários e da Live Nation, nenhuma banda representa melhor o “business” antes do “show” do que U2. É o extremo do novo modelo de negócio que saiu de vender cachês a produtores locais em valores fixos para ficar com todo o controle da bilheteria e ceder apenas parte dela a quem “emprestar o CNPJ” no local do evento. Ou seja, a produção local tem menos de 10% de “poder de decisão”, o que equivale a “não te mete”.

Tem ainda o fato de não repetirem produtores de turnês anteriores, o que fez a de 2017 cair nas mãos da DCset que, diferentemente de outras, não tem site de venda de ingressos próprio. Quando fez o Paul McCartney em Floripa, por exemplo, usou a extinta “Zé Tickets”. A “boa notícia”, portanto, é que (salvo fato improvável) não será pelo mesmo Tickets for Fun da turnê anterior (e digamos que faltou pouco para eu mandar que acomodassem ingressos do Paul McCartney em partes do corpo inadequadas quando não disponibilizaram meia-entrada, e por isso só estamos com pacotes de transporte para o Paul em Porto Alegre), mas eu acredito em algum “canal próprio” da Live Nation, que nos Estados Unidos é dona da Ticketmaster (que aqui a T4F licenciava antes de criar o seu Tickets for Fun no fiasco de vendas da Madonna em 2008).

“Tá, Fábio, mas porque estás falando tudo isso?”

É que, salvo intervenção Divina (e eu não tenho rezado muito, especialmente para a Live Nation), desde que esgotei as possibilidades disponíveis eu não vejo a menor chance de haver qualquer tipo de atendimento a grupos de forma segura que nos permita oferecer ingressos nos nossos pacotes antes mesmo da abertura das vendas, tal qual fizemos com a Hits Entretenimento, a melhor de todas (Guns, Aerosmith, Gilmour, The Who e Bon Jovi, só para citar casos mais recentes…), e com a Move Concerts/LivePass (Ed Sheeran, Maximus…).

Ao que pude apurar, haverá pré-venda para fã-clube e clientes de banco patrocinador lá pela segunda ou terceira semana de junho (e se for um banco de muitos clientes vai dar “fila” do mesmo jeito, e se for um “vip” vai ser complicado de outra forma para os fãs; o mesmo vale para preços de ingressos). Considerando o absurdo do tamanho da estrutura de palco e telões da Joshua Tree Tour, da mesma forma que em 2011, eu não aposto em shows fora de São Paulo (e na época eu enfrentei inclusive “notícias” de grandes veículos afirmando o contrário, então…), e se as supostas datas de reserva do Morumbi anunciadas pelo São Paulo Futebol Clube de 19 e 22 de outubro se confirmarem, teríamos no máximo três shows no Brasil, só que por conta de não ser o palco 360º seriam pelo menos 45 mil lugares a menos que em 2011 se considerarmos os 76 mil lugares por show da Elevation, pouco mais de 15%, mas pode chegar a 75 mil lugares a menos se limitarem aos 65 mil mais recentes do Morumbi.

Ou seja… por isso que estou avisando.

Resumindo: mesmo sem acesso a ingressos, faremos Bus Session para os shows do U2 (obviamente, da mesma forma que em 2011 foram 10), mas vai ter que rolar todo aquele trabalho de ajuda com informações para os cadastrados na nossa Pré-Reserva. Depois que tiverem os ingressos, aí vocês podem decidir como ir ao show, e prometo um desconto na primeira semana para quem escolher a melhor forma… claro, o Bus Session. E aí…

A gente se encontra na estrada.