Ressarcimento de meia-entrada do Pearl Jam em Porto Alegre

(por Fábio F. Nunes, criador e responsável pela Friends Session)

Na semana passada soube por acaso que inclusive os ingressos para o Pearl Jam em Porto Alegre estavam agora à venda com 50% de desconto para estudantes após ação do PROCON local para respeitar a Lei Estadual de dezembro de 2014. No início das vendas, em 25 de maio, o desconto era de 20%, respeitando Lei Municipal de 2012, conforme aconteceu desde as vendas para Madonna.

Além de atualizar os valores dos pacotes no nosso site, assim que pude entrei em contato com a bilheteria por telefone, que me orientou a ligar para o (11) 4003-5588 no atendimento da Tickets for Fun e solicitar o ressarcimento, já que ali tratavam somente dos ingressos vendidos “pessoalmente”.

Então telefonei conforme o instruído. Mesmo depois de explicar o caso e contestar por 3 vezes a posição da T4F, a sua postura permaneceu a de que, “os ingressos vendidos com desconto de 20% obedeciam a Lei Municipal, e que a Lei Estadual só passou a vigorar após o início das vendas, não cabendo, portanto, qualquer tipo de ressarcimento”. Então perguntei: “quer dizer que se eu não concordar com isso a única forma de reaver é por meios judiciais?”. E confirmaram que a empresa não faria qualquer ressarcimento.

Claro que tem aquela coisa de fã, “é… se tivesse esgotado logo no início das vendas eu agora estaria feliz e tranquilo com meu ingresso garantido nas mãos”, mas numa Pista Premium a diferença de R$165 cobre mais de 2/3 do transporte. (Não vou entrar em detalhes técnicos/jurídicos, já que todos os prazos para vigorar a lei já eram válidos em 25 de maio.)

Logo em seguida entrei em contato com o PROCON do Rio Grande do Sul para buscar orientações, e apesar de eu estar em Florianópolis e a T4F sediada em São Paulo, a conversa foi facilitada por conta de eles já estarem cientes da situação.

Diante da impossibilidade e postura da empresa, recebi de uma das advogadas do PROCON a orientação de entrar com uma ação “de pequenas causas” no fórum mais próximo, sem necessidade de constituir advogado, solicitando reembolso da diferença, em dobro, conforme o Código de Defesa do Consumidor.

Já que a T4F deixou claro que não faria a devolução por iniciativa própria, escrevi esse texto para orientar outras pessoas na mesma situação.

[alert style=”danger”]Quanto aos amigos já confirmados que adquiriram ingressos conosco, fiquem tranquilos. Tomaremos as medidas cabíveis e, caso não tenhamos sucesso quanto ao ressarcimento até novembro, assumiremos o prejuízo e os valores pagos a mais ficarão de crédito para uma próxima excursão. Acima de tudo, respeito ao fã.[/alert]

Atualizarei quando tiver novas informações.

A gente se encontra na estrada.

Compra Coletiva e a Lei da Entrada Dobrada

(por Fábio F. Nunes, criador e responsável pela Friends Session)

Apesar do título “intisicador”, vou tentar cobrir o assunto sem entrar no debate da Lei da Meia Entrada, pois meu posicionamento não é dos mais populares a esse respeito. Mas eu tenho que comentar uns fatos que estão mal interpretados…

Recentemente dois shows da T4F em Porto Alegre (Jack White e Kasabian e The Kooks) repercutiram porque “foram parar em site de compra coletiva”. Destaco três coisas:

  1. a T4F tem uma “Quinta 2 por 1” que na prática oferece toda semana ingressos pela metade do preço, mas o desconto vale somente ingresso INTEIROS;
  2. O desconto para estudantes em Porto Alegre é de apenas 20%;
  3. Ambos os eventos estiveram longe de lotar o Pepsi on Stage.

Na última semana os shows de Kiss tanto de Curitiba quanto de Florianópolis “foram parar no Groupon”. Acontece que:

  1. No Kiss em Florianópolis apenas o setor pista oferece a modalidade “meia-entrada” para estudantes;
  2. Em Florianópolis o Camarote já esgotou e a VIP, que não tem meia-entrada, não “foi parar no Groupon”, somente a pista, que tem meia-entrada;
  3. Já em Curitiba todos os setores tinham meia-entrada, mas com preços das inteiras superiores aos de Florianópolis (para comparação, na Pista começou $260 em Floripa contra $280 em Curitiba, ambas com meia-entrada, enquanto na Premium em Florianópolis, sem opção de meia-entrada, o 1º lote custava $295 enquanto em Curitiba saía a $480, com meia-entrada a $240).

Eu posso desenhar, mas… Em suma, quando virem um show em Porto Alegre com oferta em site de compra coletiva pela metade do preço, é praticamente certo que as vendas vão mal e lançaram um último recurso para reduzir prejuízos. O mesmo vale para as demais praças se o desconto incluir também meia-entrada.

Agora, nas praças onde estudante tem 50% de desconto, quando a promoção for só nas inteiras cujos setores os estudantes tem desconto, pode ficar tranquilo que é só uma forma que encontraram para que mais pessoas possam usufruir do mesmo direito que o estudante dispõe, pois no final das contas o valor do ingresso estudante é o valor real do ingresso sem o “coeficiente de segurança” que as produtoras são obrigadas a aplicar para atender a lei que subsidia parte do público sem o governo sequer  isente (nem parcialmente) de impostos.

É… não consegui.

A gente se encontra na estrada.